Políticas de integração estudantil
Políticas e ações de integração, que tenham por foco estudantes da universidade, devem envolver em suas formulações/planejamentos, execuções e avaliações (para constante reconstrução), necessariamente, a participação efetiva de estudantes, assim como as políticas de assistência estudantil (que tem por foco garantir e melhorar condições de permanência e combater evasão e retenção). A integração precisa ser olhada para além do cumprimento de atividades acadêmicas formais, envolvendo o encontro com o outro, trocas, diálogos, organizações coletivas, etc. Precisa, também, ser pensada de forma democrática, abarcando os diversos espaços da UFPR em Curitiba, assim como os campi do interior e litoral.
Nesse sentido, o diálogo constante com estudantes, representantes e coletivos é central para essas ações. Assim, é necessário garantir, seja via espaços físicos adequados, repasses financeiros de arrecadação da universidade, processos eleitorais, etc., o pleno funcionamento de centros e diretórios acadêmicos, assim como de atléticas e de coletivos organizados, nas diversas instâncias da universidade.
Faz-se necessário reorganizar a alocação de unidades e serviços dedicados à vida estudantil nos diversos espaços da UFPR, facilitando seu acesso. Atualmente, diversos serviços de atendimento a estudantes não estão presentes nos campi em que estudam, dificultando, ou mesmo inviabilizando seu acesso.
A UFPR mais coletiva também se faz com ações que permitam o diálogo e a possibilidade de ocupação de lugares de decisão à pessoas de grupos específicos, público de políticas afirmativas (indígenas, pretos e pretas, pardos e pardas, quilombolas, migrantes e refugiadas/os, pessoas com deficiência, superdotação ou altas habilidades, pessoas LGBTQIA+). Importa, pois, criar fóruns permanentes de discussões sobre as relações e vivências na universidade, de modo a, com isso, criar ações e políticas de atenção às demandas específicas, que garantam direitos, combatam violências e opressões (muitas ainda veladas).
Necessário construir e reformular espaços para que não sejam apenas espaços de passagem, mas sim de permanência, de encontros, de trocas, de discussões, de estudo e de descanso, de criação, de organização e mobilização estudantil. Revisão de espaços e mobiliários de bibliotecas, de corredores, salas de aulas, espaços arborizados, praças, Centros Acadêmicos, entre outros. O Intercampi, que também é central quanto à permanência e integração estudantil, precisa ser discutido com a comunidade discente. Horários, itinerários e frota precisam atender às demandas estudantis e proporcionar a integração entre estudantes e isso pode ser gerenciado pelo levantamento junto aos próprios estudantes, tornando-os parte da instituição e não apenas agentes passivos das ações. As ações culturais e artísticas precisam de incentivo e fomento. Corais, grupos de teatro, orquestras, bandas (de estudantes, professores e/ou TAEs), exposições de obras produzidas pela comunidade UFPR, assim como espaços para intervenções artísticas são necessários. Essas ações proporcionam a produção de momentos de descolamento do cotidiano, fomentando a criação de novas ideias, de novas sensibilidades, de formas de ver aspectos da realidade, reforçando o poder criativo e de encontro com outros/as.
Além disso, incorporar os discentes da UFPR, de diversas formas, em projetos de desenvolvimento institucional, aumentando a capacidade de entrega sobretudo das nossas unidades transversais, como Sucom, AGTIC e Suinfra. Através da criação de projetos de desenvolvimento institucional que levem inovação para diversas áreas da universidade e abram espaços de exercício profissional para os nossos alunos.
Também é necessário incentivar a cidadania universitária a partir do provimento de informações, uma vez que boa parte dos alunos não têm noção básica de como funciona a administração da universidade, como seus vários níveis interagem, e tampouco como podem eles mesmos participar democraticamente de tais processos.
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