Transparência política e orçamentária e dados abertos
O decreto 10.889 de 9/12/21 regulamenta sobre divulgação da agenda de compromissos públicos e a participação de agentes públicos no âmbito do poder executivo federal. O PDI 2022-2026 da PROPLAN mostra que das 167 atividades previstas no planejamento anterior (2017-2021), 131 estão atrasadas quanto ao previsto (pág. 218-219); que apenas 35% das atividades urgentes tiveram conclusão e apenas 17% das atividades consideradas importantes estavam concluídas, representando uma efetividade de ações desta gestão que não alcançaram nem 20%. O mesmo documento mostra uma baixíssima adesão da comunidade com 85 contribuições individuais por item (pág. 220-221), com uma mediana de 9 a 85 que só reforça a falta de planejamento das ações. Para onde a UFPR quer ir? Qual o seu objetivo quanto instituição de grande porte?
Mais do que declarar transparência e participação, é preciso efetivar o processo como um todo. Assim, é imperativo agrupar competências, através de fóruns e conselhos distintos, convocar especialistas na área de planejamento e gestão para que o documento seja de fato analisado e preparado de uma maneira real aliando as discussões dos conselhos superiores às metas indicadoras como regem as agendas internacionais de validação estratégicas. É preciso mudar paradigmas da construção do modelo, bem como sua implementação: vamos realmente inovar a instituição como ela merece ser tratada.
O acompanhamento da gestão também faz parte do processo democrático. Todavia, é muito difícil obter informações sobre a UFPR. Os dados não são sincronizados, descentralizados e sem conexões. A setorização é tão absurda, que as unidades não se conhecem e tampouco são capazes de promover ações conjuntas e efetivas entre si. A personificação torna a UFPR pouco eficiente nas suas ações. É papel do seu gestor máximo estar ciente e fazer acontecer o planejamento da instituição como determinar os órgãos de controle.
Em relação a notoriedade quanto aos levantamentos dos dados, os sistemas não possuem interface em comum, o que gera uma enormidade de um retrabalho. A pequena e não reconhecida equipe responsável pela informatização da UFPR é subestimada, sobrecarregada, e sem recursos necessários para a solução. Não há um planejamento institucional sobre como resolver os problemas do sistema, servindo a equipe apenas em soluções imediatistas, tornando seu papel institucional quase que imperceptível. Desta forma, a AGTIC (antigo CCE) deve retomar seu caráter de excelência. A pulverização da AGTIC e terceirização dos nossos dados deve ser evitada. Valorizar a AGTIC permitirá que o corpo técnico administrativo competente que temos possa prover informações com a qualidade que precisamos e devemos ter.
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